Violência doméstica: os impactos devastadores dos relacionamentos abusivos e a importância de romper o silêncio.
Em um cenário onde os laços afetivos deveriam ser sinônimo de segurança, respeito e amor, muitas mulheres encontram, dentro de casa, o palco de suas maiores dores. A violência doméstica e os relacionamentos abusivos continuam a ser uma triste realidade no Brasil e no mundo, afetando profundamente a saúde mental e emocional de milhares de […]
Por admin 30/06/2025 - Atualizado em 30/06/2025
Em um cenário onde os laços afetivos deveriam ser sinônimo de segurança, respeito e amor, muitas mulheres encontram, dentro de casa, o palco de suas maiores dores. A violência doméstica e os relacionamentos abusivos continuam a ser uma triste realidade no Brasil e no mundo, afetando profundamente a saúde mental e emocional de milhares de mulheres.
Os danos causados por um relacionamento abusivo vão muito além das agressões físicas — quando elas existem. O abuso emocional, psicológico e até financeiro corrói, dia após dia, a autoestima da vítima, mina sua autonomia e aprisiona sua identidade. As palavras violentas, o controle excessivo, as humilhações e a manipulação são formas silenciosas de agressão que deixam marcas invisíveis, mas profundas, e que muitas vezes demoram a cicatrizar.
O impacto na saúde mental é devastador. Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, transtorno de estresse pós-traumático e até ideação suicida podem surgir como consequência desse ciclo de violência. O medo constante, a sensação de impotência e a culpa que o agressor frequentemente impõe à vítima criam um ambiente emocional sufocante e adoecedor.
Por isso, é fundamental que as mulheres tenham coragem
para romper esse ciclo e buscar ajuda. Denunciar um agressor é um ato de força e de proteção — não apenas para si, mas também para os filhos, para outras mulheres e para a sociedade como um todo. Ninguém merece viver com medo dentro do próprio lar.
A rede de apoio é essencial nesse processo. Amigos, familiares, vizinhos e instituições especializadas podem oferecer o suporte necessário para que a mulher consiga se libertar da violência e reconstruir sua vida com dignidade e segurança. O acolhimento, a escuta sem julgamento e o encaminhamento a serviços como Delegacias da Mulher, Defensorias Públicas, centros de referência e ONGs são caminhos que tornam essa jornada mais leve e possível.
De acordo com a minha experiência como Policial Penal na SUSEPE há 21 anos posso dizer que hoje, com medidas mais severas sendo tomadas com relação aos agressores, como as Medidas Protetivas e até mesmo a permanência em Estabelecimentos Prisionais, as vítimas já têm tomado coragem para denunciar os agressores, porém não em número suficiente, já que por vezes elas acabam não denunciando por medo ou coação.
Atuando como Terapeuta Integrativa tenho atendido mulheres de todas as classes sociais e as ajudado a se olhar como as vítimas verdadeiras, e não como as culpadas pela ruína do relacionamento, como os agressores costumam fazer com que elas se vejam.
Cada vez mais se fazem necessárias campanhas de conscientização, informação e empoderamento para que essas mulheres se libertem.
Romper o silêncio salva vidas.
Que este texto seja um convite à reflexão e à ação: se você está em um relacionamento abusivo, saiba que você não está sozinha. E se você conhece alguém nessa situação, estenda sua mão. Juntas, podemos transformar dor em força e recomeço.
Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher. Ligue e denuncie.
Por: Valéria Costa –
Policial Penal da SUSEPE
☐ E Terapeuta Integrativa