Imagens de Satélite Revelam Extensa Nuvem de Fumaça da Amazônia Chegando a Porto Alegre
Um fenômeno atmosférico chamou a atenção nos céus de diversos municípios brasileiros nos últimos dias, impactando diretamente na qualidade do ar. A fumaça, proveniente de incêndios florestais tanto no Brasil quanto em países vizinhos como a Bolívia, formou um vasto corredor que se estende desde Manaus, no Amazonas, até Porto Alegre, conforme identificado por imagens […]
Por admin 22/08/2024 - Atualizado em 21/08/2024
Um fenômeno atmosférico chamou a atenção nos céus de diversos municípios brasileiros nos últimos dias, impactando diretamente na qualidade do ar.
A fumaça, proveniente de incêndios florestais tanto no Brasil quanto em países vizinhos como a Bolívia, formou um vasto corredor que se estende desde Manaus, no Amazonas, até Porto Alegre, conforme identificado por imagens de satélite da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA).
No primeiro semestre de 2024, o Brasil registrou um recorde alarmante de queimadas na Amazônia, com 14.250 focos de incêndio até o dia 7 de julho, conforme dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Além de reduzir a visibilidade do céu, como observado em Porto Alegre no dia 15 de julho, a fumaça que se desloca do norte para o sul do Brasil também tem impactado severamente a qualidade do ar. Porto Velho, em Rondônia, por exemplo, registra os piores índices de qualidade do ar do país desde o início de agosto, segundo informações da BBC News Brasil.
O mapa divulgado pela NOAA mostra em vermelho a concentração de partículas de poeira, fumaça e poluição na atmosfera, evidenciando o movimento da nuvem durante a segunda-feira (19), que se estende desde o Amazonas até parte do Rio Grande do Sul, passando por países como Peru, Bolívia e Paraguai.
Eventos similares já ocorreram em anos anteriores, como em 2020, quando o Rio Grande do Sul também foi severamente afetado pela fumaça das queimadas no Pantanal.
Impactos e Precauções
A Fiocruz Amazônia emitiu um comunicado recomendando o uso de máscaras com filtro em Manaus desde terça-feira (13), como medida preventiva contra os possíveis impactos à saúde causados pela exposição à fumaça. O epidemiologista e pesquisador Jesem Orellana alerta que a exposição prolongada à fumaça pode agravar doenças respiratórias e cardiovasculares como rinite, asma, bronquite e até mesmo a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Os efeitos da fumaça podem se estender a outras regiões à medida que avança pelo país. A meteorologista Estael Sias, da MetSul, descreve o fenômeno como “rios voadores”, nos quais o vento transporta partículas de fumaça a grandes distâncias.
Este ano, a escassez de chuvas tem favorecido a propagação das queimadas e, consequentemente, da fumaça na atmosfera. No entanto, a meteorologista destaca que nem todas as partículas chegam a Porto Alegre, minimizando os impactos na visibilidade das estradas em comparação com outras regiões mais afetadas como Manaus e Porto Velho.
Superlua e Perspectivas
A Superlua desta segunda-feira (19) também foi afetada pela fumaça das queimadas, apresentando tons alaranjados devido ao bloqueio da luz solar pelas partículas de fuligem na atmosfera.
A expectativa é que a entrada de uma massa de ar polar a partir da próxima quinta-feira (22) provoque temporais e rajadas de vento seco no sul do Brasil, o que pode ajudar a “limpar a atmosfera” e reduzir os impactos da fumaça.
Enquanto isso, no Norte do Brasil, em Mato Grosso e na Bolívia, prevê-se que a densa fumaça persista nos próximos dias.
Fonte: GZH