HERÓIS NÃO USAM CAPAS
Diante da maior tragédia climática da história de nosso estado, com mais de 400 municípios atingidos por enchentes e fortes chuvas deixando milhões de pessoas desabrigadas, vimos quem realmente “arregaça as mangas” e parte para a linha de frente.Embora a grande mídia informe que os governos, estadual e federal, foram atuantes desde o início, através […]
Por admin 17/11/2024 - Atualizado em 17/11/2024
Diante da maior tragédia climática da história de nosso estado, com mais de 400 municípios atingidos por enchentes e fortes chuvas deixando milhões de pessoas desabrigadas, vimos quem realmente “arregaça as mangas” e parte para a linha de frente.
Embora a grande mídia informe que os governos, estadual e federal, foram atuantes desde o início, através do exército, bombeiros e demais forças de segurança, o que vimos foi algo bem diferente disso. A Sociedade Civil foi quem deu a resposta imediata à população necessitada.
Pessoas comuns, pais de família, empresários, obreiros, revestidos de coragem e força, muitos deles que nem sabiam que as tinham, lançaram-se nas águas com o que tinham, sendo os verdadeiros heróis de muita gente.
A ajuda chegou de todas as formas e de todas as partes. Inicialmente, com moradores locais, que, com suas embarcações, jet-skis, jipes e até mesmo boias improvisadas, iniciaram a retirada dos moradores que tiveram suas casas engolidas pela água. Logo em seguida, a ajuda começou a chegar de fora.
Grupos de pessoas de toda a parte do Brasil seguiram com seus equipamentos para o RS a fim de salvar vidas, fossem elas humanas ou animais. Toneladas de mantimentos chegavam e ainda chegam de toda parte, fazendo o papel que deveria ser do Estado, que, inicialmente, agiu na contramão da solidariedade, já que guardas municipais passaram a exigir carteira de habilitação e documentos de embarcações que ali estavam para auxiliar e agilizar os resgates.
A ANTT, juntamente com demais órgãos, passou a cobrar a apresentação de nota fiscal de mercadorias doadas, multando veículos por excesso de peso nos postos de fiscalização. Situações tratadas pela imprensa, ao início, como Fake News, foram desmentidas logo em seguida pelo próprio governador do estado de Santa Catarina, que, inclusive, teve seus caminhões barrados nesta ocasião.
A catástrofe, portanto, serviu para mostrar que somos todos iguais, independentemente de raça, religião, gênero, ideologia política, etc. O que vimos e seguiremos vendo são pessoas salvando pessoas.
E não foi só o povo gaúcho que mostrou essa força; muita gente de outros estados, países e continentes engajou-se nessa batalha. Nos deparamos diante de um exemplo de solidariedade ímpar na história de nosso país. Pessoas sem qualquer vínculo com nosso estado, com nossa gente, arriscaram suas vidas para salvar o próximo.
A ajuda chegou de todas as formas: voluntários de todos os tipos, com tudo o que se fazia necessário no momento. Esta catástrofe ficará marcada não só pelas vidas perdidas e pela destruição material que causou, mas ainda mais pelas ações de pessoas anônimas que doaram, se esforçaram e se disponibilizaram a lutar pela causa de um outro, sem saber a quem, sem se importar a quem, mas dando seu melhor, fazendo por amor, e isso nós jamais esqueceremos.
A têmpera gaúcha foi forjada a sangue e ferro de batalhas, e agora terá mais essa cicatriz. Muitos perderam sua história e lembranças, águas abaixo, mas nosso povo não haverá de se entregar.
Que desta vez, as façanhas de um povo forte, aguerrido, bravo e cheio de virtudes, sirvam de modelo à toda Terra, modelo de solidariedade, humanidade e reconstrução. Por fim, que o governo cumpra sua parte de zelo pelo seu povo, fomentando todo e qualquer apoio para reerguer nosso estado.