Conheça os riscos do uso desassistido de tecnologias digitais na infância
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Conheça os riscos do uso desassistido de tecnologias digitais na infância

Natália Castello Branco: Neuro Psicopedagoga Na dinâmica social que vivemos atualmente, a maior parte das crianças é exposta às tecnologias cada vez mais cedo. A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é de que a exposição a telas não ocorra antes dos 2 anos de idade. Porém, a realidade é que vemos crianças de todas […]

Por admin 04/02/2025 - Atualizado em 04/02/2025

Natália Castello Branco: Neuro Psicopedagoga


Na dinâmica social que vivemos atualmente, a maior parte das crianças é exposta às tecnologias cada vez mais cedo. A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é de que a exposição a telas não ocorra antes dos 2 anos de idade. Porém, a realidade é que vemos crianças de todas as idades fazendo uso de tecnologias digitais, muitas vezes de forma desassistida ou sem limitações de tempo, o que pode gerar prejuízos ao seu desenvolvimento. Atualmente, especialistas alertam para um aumento considerável dos casos de ansiedade e depressão na infância, estando estes relacionados ao uso indiscriminado das tecnologias.

As tecnologias digitais passaram a ganhar cada vez mais espaço no cotidiano das pessoas. Assim, precisamos nos fazer alguns questionamentos: Quando e por que as crianças pararam de brincar e passaram a usar o celular como forma de diversão? Como podemos garantir que as crianças tenham uma infância saudável e menos tempo de telas?

É necessário que percebamos que desenvolver habilidades que permitam a esta geração mediar o uso das tecnologias é a garantia de uma vida saudável. Segundo um estudo publicado no Journal of Integrative Neuroscience, passar muito tempo diante de uma tela afeta o desenvolvimento cerebral e aumenta o risco de distúrbios cognitivos, emocionais e comportamentais em crianças, adolescentes e jovens adultos. Surgem termos como “nomofobia”, que é a fobia causada pelo desconforto ou angústia resultante da incapacidade de acesso à comunicação por meio de aparelhos celulares e computadores. Embora ainda não classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma patologia mental, a nomofobia vem preocupando especialistas.

Durante a exposição a jogos eletrônicos e vídeos, nosso cérebro libera um neurotransmissor chamado dopamina, que causa uma sensação de prazer, euforia e recompensa. Em alguns casos, isso pode levar à dependência do uso de telas e videogames, sendo assim classificado no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças) como Transtorno do Jogo Eletrônico.

Em paralelo à exposição tecnológica exacerbada e sem monitoramento durante a primeira infância, que abrange os primeiros seis anos de vida de uma criança, está uma importante fase do desenvolvimento cognitivo, que servirá como base para as aprendizagens futuras. Segundo a neurociência, a arquitetura do cérebro é estabelecida nos primeiros anos e impacta profundamente o desenvolvimento posterior. Nosso cérebro passa pelos chamados “períodos sensíveis”, que são fases limitadas de tempo em que a experiência tem um efeito profundo. Portanto, é necessário estarmos atentos às experiências que oferecemos às crianças, especialmente nesta fase.


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