China Terá Mais Pets do que Crianças: Impactos Econômicos e Sociais
A China está à beira de uma mudança demográfica curiosa: o número de animais de estimação nas áreas urbanas pode, em breve, superar o número de crianças de até quatro anos de idade.
Por admin 17/09/2024 - Atualizado em 16/09/2024
Até o fim deste ano, é esperado que haja mais “bebês de pelos” do que pequenos humanos nas cidades do país, conforme indica um relatório recente da Goldman Sachs. Até 2030, o número de pets nas áreas urbanas chinesas poderá ser quase o dobro das crianças pequenas em todo o país.
O casal Hansen e Momo, residentes de Pequim, representam essa tendência ao cuidar de seis cães que eles chamam de “nossas filhas, nossos filhos”. Eles fazem parte de uma geração de chineses que estão optando por pets em vez de filhos. O alto custo de criação de crianças, juntamente com a pressão social e econômica, tem afastado muitos casais da ideia de terem filhos.
Apesar do fim da política de filho único em 2016 e dos incentivos do governo para aumentar a taxa de natalidade, a decisão de ter filhos não parece tão atraente para muitos jovens. A mudança de mentalidade, aliada a fatores econômicos como o desemprego e a crise imobiliária, contribui para essa escolha.
O crescimento da “economia de pets” é impressionante. As vendas de alimentos para cães e gatos, por exemplo, estão em rápida expansão, com a previsão de que essa indústria alcance US$ 12 bilhões até 2030. Em contraste, a taxa de natalidade da China tem caído drasticamente, com o país registrando uma população em declínio nos últimos dois anos.
O novo estilo de vida chinês, com a valorização da companhia dos pets, é mais uma prova de que a geração atual está redefinindo as prioridades em meio a desafios econômicos e sociais.