Alunos Poderão Avançar com Até Quatro Reprovações: A Perspectiva de Claudi Guerin Junior Sobre a Nova Medida Educacional
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Alunos Poderão Avançar com Até Quatro Reprovações: A Perspectiva de Claudi Guerin Junior Sobre a Nova Medida Educacional

Veja a opinião do professor Claudi Guerin Junior, professor da rede pública, privada e do cursinho Olavo Pré-vestibular. Formado em Ciências Biológicas, pós-graduado em Ensino de Biologia e mestrando em Ensino de Ciências, sobre a nova medida que permitirá a progressão escolar com até quatro reprovações a partir de 2025 Estudantes que não alcançarem a […]

Por admin 08/01/2025 - Atualizado em 08/01/2025

Veja a opinião do professor Claudi Guerin Junior, professor da rede pública, privada e do cursinho Olavo Pré-vestibular. Formado em Ciências Biológicas, pós-graduado em Ensino de Biologia e mestrando em Ensino de Ciências, sobre a nova medida que permitirá a progressão escolar com até quatro reprovações a partir de 2025

Estudantes que não alcançarem a média prevista terão direito à chamada progressão parcial, um instrumento que prevê estudo complementar das disciplinas no ano seguinte.

A ideia de permitir que alunos da rede estadual avancem de ano letivo mesmo reprovando em até quatro matérias é uma medida que pode gerar debates acalorados entre educadores, pais, estudantes e autoridades. Essa decisão, prevista para 2025, reflete uma mudança significativa na abordagem das políticas educacionais e levanta questões sobre a qualidade do ensino, a equidade no aprendizado e as estratégias de recuperação de conteúdo.

A portaria busca atender à crescente preocupação com a retenção escolar e ao impacto psicológico e social que a reprovação pode causar nos alunos. Estudos mostram que a reprovação em anos consecutivos pode aumentar a evasão escolar, diminuindo a motivação dos estudantes e criando barreiras para sua permanência no sistema educacional. Em muitos casos, a retenção também afeta desproporcionalmente os estudantes de classes mais vulneráveis, agravando as desigualdades.

Ao permitir a progressão com até quatro disciplinas pendentes, a ideia é oferecer uma chance de recuperação ao longo do próximo ano letivo, em vez de interromper o fluxo educacional do aluno. A medida é baseada no conceito de progressão continuada, adotado em diversas redes de ensino como forma de evitar o abandono escolar.

Argumentos a Favor

  1. Combate à evasão escolar
    Alunos que reprovam frequentemente têm maior probabilidade de abandonar a escola. A flexibilização pode incentivar esses estudantes a permanecerem no ambiente escolar.
  2. Redução de estigmas
    Ser retido pode ser humilhante e desmotivador, afetando a autoestima do aluno. Com essa política, pretende-se reduzir os efeitos negativos da reprovação.
  3. Recuperação contínua
    Permitir que o aluno continue seus estudos enquanto trabalha nas disciplinas em que tem dificuldade proporciona uma abordagem mais inclusiva e centrada no aprendizado.
  4. Adaptação às desigualdades
    Muitos alunos enfrentam desafios fora da escola, como problemas socioeconômicos e falta de suporte familiar, que impactam seu desempenho acadêmico. Essa medida pode oferecer uma oportunidade de equilibrar essas condições.

Pontos de Preocupação

  1. Qualidade do aprendizado
    Há uma preocupação de que a medida possa criar um precedente em que o conteúdo não é devidamente aprendido, prejudicando a formação acadêmica e profissional dos alunos.
  2. Sobrecarga nos anos seguintes
    Carregar a recuperação de várias matérias para o ano seguinte pode gerar mais pressão para o aluno e sobrecarregar o planejamento do professor.
  3. Desvalorização do esforço
    Alguns críticos argumentam que a política pode desincentivar o esforço contínuo dos alunos, já que eles poderiam contar com a flexibilidade para avançar sem a necessidade de atingir todas as metas estabelecidas.
  4. Impacto nos resultados gerais
    Uma abordagem mais permissiva pode influenciar negativamente os índices de desempenho da educação estadual, prejudicando avaliações nacionais e internacionais.

Como Funciona a Nova Política

De acordo com a portaria, os alunos que não atingirem a média necessária em até quatro matérias poderão ser aprovados para o próximo ano, mas precisarão obrigatoriamente participar de programas de recuperação paralela durante o ano letivo seguinte. Esses programas podem incluir aulas extras, reforços em contraturno ou atividades específicas para o desenvolvimento das habilidades e competências que ficaram abaixo do esperado.

A implementação envolverá o suporte de orientadores pedagógicos, que acompanharão o progresso dos alunos, e mudanças no planejamento escolar para incorporar a recuperação contínua.

Desafios e Recursos Necessários

A educação pública já enfrenta dificuldades, especialmente em infraestrutura, para aplicar medidas como essa. Muitas escolas não possuem recursos financeiros suficientes para colocar em prática normas e portarias estabelecidas pelo governo.

As escolas precisarão de mais recursos financeiros e humanos para garantir que os programas de recuperação sejam eficazes. Em muitas regiões, a infraestrutura e o número de professores disponíveis já são insuficientes. O corpo docente precisará ser capacitado para lidar com a nova dinâmica, que inclui alunos com níveis variados de aprendizado em uma mesma turma.

Será essencial criar mecanismos para avaliar continuamente o impacto da política, garantindo que os alunos realmente estejam progredindo e aprendendo. A colaboração entre escola e família será crucial para garantir que os alunos tenham apoio suficiente em casa para se recuperar nas disciplinas pendentes.

Uma Solução ou Mais Um Desafio?

A medida de permitir que alunos avancem de ano reprovando em até quatro matérias é, sem dúvida, controversa. Ela busca enfrentar um problema sistêmico — a evasão escolar — com uma abordagem que desafia práticas tradicionais de avaliação e progressão.

Embora seja um passo em direção a uma educação mais inclusiva, seu sucesso dependerá de uma implementação cuidadosa e do compromisso de todos os envolvidos. O objetivo final deve ser garantir que cada aluno não apenas permaneça na escola, mas também aprenda de forma significativa e tenha ferramentas para prosperar no futuro.

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