Eles não falam!
Sou fonoaudiólogo há vinte anos e o relato que mais ouço das famílias é: “ele(a) não fala!”. Somos seres sociais em um mundo muito mais veloz do que a informação científica se propaga, sobretudo no âmbito familiar onde as pessoas não estão preparadas para atender uma criança com atraso na fala. A grande maioria das […]
Por admin 04/12/2024 - Atualizado em 04/12/2024
Sou fonoaudiólogo há vinte anos e o relato que mais ouço das famílias é: “ele(a) não fala!”. Somos seres sociais em um mundo muito mais veloz do que a informação científica se propaga, sobretudo no âmbito familiar onde as pessoas não estão preparadas para atender uma criança com atraso na fala. A grande maioria das famílias terá dificuldade até mesmo de perceber se a criança já deveria estar se expressando e a forma disto.
Espera-se que a criança comece a falar as primeiras palavras entre 1 ano e 1,5 ano de idade. Meses antes disso, ela já vai dando sinais de intencionalidade comunicativa, nas linguagens receptiva e expressiva. Atende quando chamada pelo nome, joga beijo, faz olhinhos de carinho, entre outras expressões. A ausência destes sinais são um indício de que possa haver atraso na linguagem, na fala ou no neurodesenvolvimento. Preguiça ou alguma criança próxima ter demorado a falar são mitos já desvendados pela ciência.
Avaliar é necessário diante de qualquer atraso.
Frente às narrativas das famílias descrevendo histórias de crianças de 2 até 7 anos, inúmeras possibilidades e necessidades passam pela mente de um terapeuta de fala e linguagem. A primeira é o acolhimento. Quem estiver lendo e não tenha convivido com uma criança em dificuldades para se expressar, talvez não possa dimensionar a angústia das famílias e, portanto, a necessidade de serem recebidos com carinho em um espaço aconchegante, onde possam iniciar ou continuar uma história de progresso na comunicação. Na Clínica Primeiros Passos atuamos assim. E, devido às inúmeras causas que podem ocasionar atraso na fala e linguagem, ao ser percebida qualquer alteração na comunicação de uma criança, o melhor caminho é procurar um fonoaudiólogo!
Alessandro Danéris de Mello